Ao telefone, nas cartas, nas mangas, e fora do baralho, talvez um jogo, uma conversa, na beira do lago, largos passos de mãos dadas, quanto mais te tenho, mais me faço dependente desse sentimento, no acaso, em descaso de preconceito e uma torta, perturbante pergunta; Por que querer tanto alguem que não seja eu mesmo? Embora eu já saiba, sinta, como se a saliva me fosse água, o cheiro, o suor, se tornaram meu ópio, essa falta de ar e de força, nas pernas, no peito, e o ficar sorridente até em dias de chuva, é, talvez eu a ame, mais do que nunca, acho que a amo, uma outra, ela, minha ela. Agora percebo; que estou viciado, dependente químico, físico, e mais ainda, emocional, dependente daquela que ouso chamar, ouço gritar, meu, nossos nomes e filhos, em sonhos, desmaios e falsas culpas, breve juras. Te consumo, consumado, consumido, viciado. Em dias que virão, nas noites passadas, me deitarei ao teu lado, nessa tua imagem, de vestido branco, rasgado, um Scarpin, de madeira ou barro, tanto faz, pois te faço, te perjuro, te provo que és minha senhora, dona do meu tudo, idolatria, realce, excelência, olhar constante, censura aleia, beleza tua, amor galante.
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